A responsabilidade ética do médico nas mídias sociais
Oi amores! Ainda sobre a aula que eu dei para o primeiro ano semana passada, sobre o papel das mídias sociais na carreira médica… um dos pontos que abordamos foi a questão da responsabilidade ética.
O marketing médico é regido por um conjunto de regulamentos que tem como base o Código de Ética Médica e toda publicidade médica tem que ser feita respeitando essas regras.
Por exemplo, o médico não pode prometer resultados, como por exemplo postar foto de “antes e depois”; não pode declarar ter uma especialidade que não existe (por exemplo “especialista em modulação hormonal”) e nem dizer ser detentor de um saber ou método que é “o melhor” do mercado.
Algumas regras éticas de Marketing Médico pelo CFM
E olhar para essas regras nos faz pensar nos motivos que estão por trás dessa necessidade de regulamentação. O médico é detentor de um saber que é considerado de utilidade pública e sempre que um médico divulga algo, isso é visto pela maioria das pessoas como algo digno de ser acreditado e respeitado. E repostado!
Isso mostra o tamanho da responsabilidade ética em se estar numa mídia social. Qualquer notícia sensacionalista ou verdade bombástica (ou fake news) pode rapidamente viralizar se ela veio de um profissional especialista (e isso vale para todas as áreas), mas na área médica o peso é muito maior! Afinal, é a saúde das pessoas!
É dever do médico zelar pela saúde não só de seus pacientes mas também da população! Por isso, o CFM (Conselho Federal de Medicina) fez recentemente uma campanha direcionada aos médicos para que ajudássemos a combater as fake news!
Infelizmente existem pessoas que postam inverdades (que dão ibope), só para ganhar seguidores e audiência… e até mesmo pessoas que se passam por médicos sem ser.
Por isso, é muito importante que a gente tenha referências e olhar crítico ao seguir um profissional médico (e qualquer outro profissional também) e repostar o que ele compartilha.
Um dos motivos que me fez ter coragem de começar a gravar vídeos e fazer meu canal do YouTube foi justamente esse… eu estava cansada de ver “verdades bombásticas” como dietas “seca-barriga-em-7-dias” ou apologia ao uso da testosterona para fins estéticos (como se isso fosse completamente seguro) sendo vista como verdade pelas pessoas.
Não me saía da cabeça a frase de Martin Luther King:
“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”
Então tomei coragem de me expor e estar também nas redes, tentando levar um pouco de conteúdo sobre saúde, de forma ética e responsável.
Pensar na minha responsabilidade ética é o que muitas vezes me mantem firme pois ir contra os “famosos” pode trazer muita carga negativa. Mas eu me apoio nos ombros de gigantes: no meu órgão regulamentador (o CFM), na minha Sociedade de Especialidade (a SBEM) e na Ciência.
E é isso que ensino também aos meus alunos! Que a gente possa fazer a diferença, não só nos atendimentos individuais mas também prestando serviço a comunidade através da divulgação de informações de qualidade. Educação em saúde é também responsabilidade social do médico!
Um grande abraço a todos!