Mensagem para o Dia do Trabalho em plena Pandemia…
Eu tive medo.
Quando precisei retornar os atendimentos presenciais no consultório (**) eu senti muito medo. Medo de me contaminar. Medo de morrer e não ter tempo de realizar tanta coisa que eu sonho fazer.
Medo de ser o vetor de contaminação de outras pessoas. Medo de colocar pessoas em risco.
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Sim, eu sou médica, eu tenho muito acesso a informação, eu vivo falando aqui sobre cuidar das emoções… mas eu sou humana. E sim, eu tive medo.
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Mas aí eu fui… com medo mesmo. Meus pacientes precisavam de mim. E cada um que eu atendi me mostrou porque eu deveria estar ali. E a cada suporte que eu dava, cada comorbidade que eu tratava me fez perceber que meu papel nessa pandemia não é cuidar da linha de frente, não é atuar na primeira curva. Meu papel vem se mostrando ser atuar na terceira e quarta curvas (*).
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E aí eu entendi.
Entendi que ou a gente vive no medo ou a gente vive no amor.
E eu escolhi. Eu escolhi o amor.
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Eu escolhi o amor pelos meus pacientes que neste momento precisam de mim. Eu escolhi o amor pela minha missão. Eu escolhi o amor pois escolhi acreditar que sair de casa vale a pena. Por você e pelos seus.
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Agradeço aos meus irmãos de missão que estão na linha de frente, cuidando da primeira curva. Aos que estão no PS cuidando também da segunda curva (*). Contem comigo para cuidar daqueles com comorbidades crônicas, para que eles não venham a precisar de vocês.
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Se cada um de nós fizer a nossa parte (sendo essa parte estar na linha de frente ou estar em casa achatando a curva), tenho certeza que juntos venceremos essa crise. #vamosjuntos – pelo amor!
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Neste primeiro de maio, dia do Trabalho, mando um abraço especial aos meus colegas heróis da saúde e a todos os trabalhadores dos serviços essenciais!
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(*) obs: se você não sabe de que curvas estou falando, veja esse post que eu escrevi sobre as 4 curvas da pandemia!
(**) obs2: dos casos mais urgentes