O cálcio e a Vitamina D são importantes nutrientes que regulam não só a saúde dos ossos, mas várias outras funções no organismo. Na primeira parte, falamos sobre o cálcio e esta segunda parte vai detalhar melhor as ações da vitamina D, com a participação especial do Dr. Carlos Reis (Dermatologista).
A vitamina D tem um papel importantíssimo na homeostase (bom funcionamento) do organismo, não somente pela sua ação de aumentar a absorção do cálcio dos alimentos e diminuir a perda de cálcio pelos rins, mas também através de outras funções que têm sido demonstradas.
Um fato curioso é que a vitamina D é assim chamada pois sempre foi considerada um nutriente e pode ser adquirida através da alimentação. Até que se descobriu que o organismo também é capaz de produzir vitamina D através da pele e da exposição solar. Por isso, apesar de ser chamada de “vitamina”, exerce efeitos no organismo de forma semelhante a um hormônio, fazendo dela uma substância que participa, em conjunto com o PTH (hormônio da paratireoide), da regulação dos níveis de cálcio do sangue.
Apesar de poder ser adquirida ou produzida pelo corpo, a Vitamina D é um “óleo” (sua estrutura básica é derivada do colesterol) e necessita que o fígado faça uma modificação em sua estrutura para conseguir ser armazenada no organismo (problemas de fígado podem afetar os níveis de vitamina D); após armazenada, para que possa exercer seus efeitos, necessita ainda que os rins “liguem seu interruptor”, transformando-a na forma ativa (problemas renais também podem causar alterações da vitamina D).
Isso demonstra que o ciclo da vitamina D dentro do corpo é complexo e dependente do funcionamento adequado de vários órgãos (intestino, pele, fígado, rins…). Recentes descobertas da medicina demonstram que, além da sua conhecida ação na regulação dos níveis de cálcio e fósforo, participa também na regulação da imunidade (sistema de defesa), no coração, no cérebro e até na secreção de outros hormônios como por exemplo a insulina.
As principais fontes alimentares de vitamina D são poucas, principalmente aquelas também ricas em colesterol e “gorduras boas”: ovos, peixes de água salgada
(salmão, sardinha, atum), fígado (e o famoso “óleo de fígado de bacalhau”) e cogumelos (especialmente o shitake). Por isso, a maior parte da nossa vitamina D é produzida na pele, através da exposição solar.
Conversei com o Dr. Carlos Reis, Dermatologista (CRM-RJ 52-76999-1), sobre a questão da exposição solar e a vitamina D:
1) Qual o tempo necessário de exposição solar para que a pele fabrique a vitamina D?
Dr. Carlos: Não existe um tempo mínimo padrão para todas as pessoas. O tempo varia por condições próprias da pele como cor e idade (negros e idosos produzem menos vitamina D) e condições solares como estação do ano e localização (inverno e países temperados necessitam maior exposição solar).
2) Do ponto de vista da dermatologia e do risco de câncer de pele, é seguro tomar essa quantidade de sol todos os dias? Ou vale mais a pena tomar a vitamina como suplemento?
Dr. Carlos: Estudos mostram que o uso intenso de fotoproteção pode causar redução dos níveis de vitamina D, mas NUNCA deficiência, mesmo em países temperados. A pele é apenas um dos mecanismos para produção da vitamina D, que precisa passar pelo fígado e rim para ter sua produção finalizada. Dessa forma, devido a dificuldade em se definir um tempo seguro de exposição solar para todos e a alta incidência de câncer de pele no nosso país, a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda a exposição solar sem proteção com objetivo de produzir vitamina D. Os riscos não superam os benefícios. Pacientes devem ter sua vitamina D dosada e, em casos de carência, deve se realizar adequação nutricional ou suplementação vitamínica.
Dr. Carlos, muito obrigada pela sua participação!
Sigam o nosso super-dermatologista no instagram: @drcarlosreis
Espero que tenham gostado do post!
A terceira parte é sobre os sintomas que podem apresentar os pacientes com carência (ou excesso) desses dois nutrientes! Vejam na próxima semana!
Um grande abraço a todos!
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