Chegou a hora de remar contra a maré
Dra. Juliana Gabriel Dica Rápida, Dicas para uma vida saudável, Novidades 0
Vocês viram que nosso editorial desse mês teve uma convidada especial – a Ingrid!
Mas não pude deixar de vir aqui trazer mais algumas reflexões para vocês… e o texto dela abriu esse tema de conversa de forma muito espetacular, pois está completamente alinhado com o que venho pensando nos últimos dias.
Tenho visto diversos conteúdos, em diferentes mídias, falando sobre diferentes “tipos de burnout” (como o burnout de aperfeiçoamento, numa página sobre corrida e esportes ou o beauty burnout, numa revista feminina).

(cheguei ao cúmulo de ver uma matéria falando sobre os “strava mules”, que são pessoas que cobram para realizar um treino por você, logado na sua conta do strava, para que o seu feed esportivo fique sempre ativo – uma forma moderna do “compre likes”, uma distorção completa do sentido do aplicativo, um retrato da nossa realidade onde a busca pela perfeição está levando o mundo a se tornar completamente surreal, na minha opinião).
Achei muito curioso, pois desde janeiro temos conversado justamente sobre esse tema por aqui no nosso jornalzinho…
E não pude deixar de refletir: se diversas esferas da nossa vida cotidiana estão nos levando ao extremo da fadiga, será que o problema é nosso? Ou será que é da cultura vigente?
“Melhor Versão” ou mais um pratinho para equilibrar?
No livro “não aguento mais não aguentar mais”, a autora aborda justamente esse questionamento, trazendo uma avaliação panorâmica e histórica do porque somos atualmente a “geração do burnout”. E trazendo informações que demonstram que estarmos assim foi na verdade construído, a partir de motivações políticas, sociais e, principalmente econômicas.
(Veja mais sobre esse livro aqui: https://www.amazon.com.br/dp/6555111976?linkCode=ssc&tag=onamzribdeand-20&creativeASIN=6555111976&asc_item-id=amzn1.ideas.14LUMKJ8WO7UT&ref_=aip_sf_list_spv_ons_mixed_d_asin )

E não consigo deixar de pensar que um grande fator contribuinte, alimentado pela “cultura da perfeição”, é a “economia da atenção” (*) – que considera a atenção humana um bem escasso e, portanto, uma mercadoria, desejada e disputada pelas grandes mídias e pelas grandes marcas. Isso faz com que a corrida por prender nossa atenção fique cada vez mais acirrada (e sofisticada) e nós, cada vez mais reféns de uma vida digital e irreal, que não é nossa (e que não está sob nosso controle).
E para prender a nossa atenção, nada melhor do que nos fazer acreditar que precisamos ser perfeitos para sermos alguém na vida, não é mesmo?
E esta prisão extremamente causadora de burnout se chama “cultura de excelência” e nos faz acreditar que TEMOS que ser extremamente bem sucedidos, ter corpos extremamente perfeitos, relacionamentos extremamente “comercial de margarina” e sermos extremamente vitoriosos até nos nossos hobbies (como a corrida). Independente de que custo isso tenha para nós (e pra nossa saúde). É muito “tem que” pra pouco tempo – e pra uma vida só. E não é de se estranhar que estejamos completamente exaustes.

(*) é um conceito que se refere à forma como as pessoas gerenciam a quantidade de informações que recebem. O termo foi criado pelo economista Herbert A. Simon, nos anos 1970.
Então, o que fazer com isso?
Como sobreviver, como ser humano, nesse mar de tubarões caçando nossa atenção? E como sobreviver enquanto profissionais liberais (ou pequenas empresas), se somos peixes pequenos nesse mesmo mar?
Foi a partir dessas reflexões que decidi fazer aqui na Tribu um caminho paralelo.
Primeiramente, porque acredito que existem formas mais éticas (e humanas) de divulgar nosso trabalho, motivo pelo qual temos o curso da Ingrid na nossa escola.
Segundo porque vejo cada vez mais pessoas cansadas das redes sociais. Vejo a rede cada vez menos social. Eu mesma tenho cada vez menos vontade de estar lá.
Foi por isso que, junto com a minha equipe, decidimos tirar um sonho do papel: criar nosso próprio espaço de convivência (virtual). Onde a gente possa estar mais perto de vocês, de forma mais realista e humana. Um “lugar” onde a gente pudesse de verdade se reunir com a nossa ‘Tribu’, ou seja, VOCÊ.
Esse projeto começou com esse “Jornalzinho anti-FOMO”, em julho de 2024.
E foi graças ao retorno de vocês que tomei coragem para dar o passo seguinte: criar a nossa própria comunidade. Um lugar sem interferência de anúncios, sem vitrines de vidas perfeitas, sem feeds que te prendem e te roubam tempo de vida, sem que isso seja da sua vontade. Apenas conteúdos (muito bem selecionados) e uma reunião de pessoas interessadas em compartilhar informações, experiências, vivências e visões de mundo.
Demorei um tempo para entender como faríamos isso, até que encontrei uma plataforma que permite que a gente construa essa infraestrutura da forma como a gente sempre quis fazer. E começamos essa construção há muito pouco tempo, mas eu não poderia deixar de vir aqui contar a novidade para vocês!
Em breve vamos lançar oficialmente a nossa “COMUNIDADE TRIBU” para o mundo!
Essa “rede social” só nossa, com a nossa cara!
Mas se você quiser fazer parte dessa construção conosco, fique ligade na sua caixa de e-mail, pois em breve vamos enviar informações mais detalhadas de como isso vai funcionar – e de como você pode ser um dos primeiros a habitar a nossa aldeia!
Espero que vocês gostem dessa novidade! Pois por aqui, nos bastidores, não estamos nem conseguindo dormir direito de tanta animação!