“Original do Brasil”: ingredientes saudáveis da Amazônia!
Na verdade, essa campanha #originaldobrasil já começou há algum tempo aqui no blog, quando fiz o post sobre o Baru do cerrado… Hoje a região homenageada é a região Norte do Brasil… Mais especificamente, a Amazônia!
(OBS: as informações das tabelas abaixo foram retiradas da TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos ) e da Tabela de Composiçaõ de Alimentos da Amazônia. A Dra. Tirciana fez uma pesquisa na Universidade de Manaus para complementar as informações.
Açaí
Potencial nutricional do fruto – baixa concentração de proteína, alto teor de energia, oriundo principalmente de lipídeos e glicídeos, e concentração significativa de fibra alimentar, minerais, ácidos graxos e antocianina.
O fruto não é fonte de ferro (0,25mg a 1,5mg ferro em 100g de suco), o que contraria as informações disponíveis nas tabelas de composição química de alimentos cuja concentração apresentada chega a 11,8mg de ferro (IBGE, 1982), além disso, o ferro não é biodisponível.
Composição – fonte de energia, fibra alimentar, antocianinas, elementos minerais e ácidos graxos como oleico e linoleico, que se apresenta com maior concentração no suco.
Forma de consumo – suco de açaí consumido in natura com tapioca ou granola; com peixe assado ou camarão seco; recheio de bombons; sorvete; licor; geléia; creme e pudim.
No sudeste ficou muito popular a polpa misturada com xarope de guaraná (doce) porém em alguns locais do nordeste é consumida da forma salgada, acompanhando a preparação de pratos típicos.
Bacaba
Parecida com o Açaí, a Bacaba é uma fruta geralmente consumida como suco. Do fruto obtemos um suco de cor creme-leitoso, consumido com açúcar e tapioca. É um suco de sabor agradável, com alto teor de lipídeo, fibra alimentar e é energético. Dentre os micronutrientes destaca-se o selênio.
Buriti
O Buriti também é uma fruta comumente consumida nos lanches. Nativa da Amazônia porém sua distribuição geográfica abrange não só a região Norte do Brasil, mas também o Nordeste e Centro-Oeste.
Potencial Nutricional – altamente energético, apresentando também alto teor de vit A e beta-caroteno com boa biodisponibilidade; presença de fibra alimentar e elementos minerais, especialmente, o potássio.
Forma de consumo – da polpa prepara-se o suco, doce de buriti, licor, compota e geléia. Pode ser consumido puro ou misturado com granola ou farinha de tapioca, que é o mais comum.
Camu-Camu
Fruteira tipicamente Amazônica é encontrada naturalmente nas margens dos rios, lagos e igapós.
Potencial nutricional – considerada a maior fonte de ácido ascórbico (vit C) da atualidade 6110mg/100g, com a vantagem da estabilidade da vitamina C no néctar de camu-camu, sob diferentes condições de armazenamento. Fonte potencial de fibra alimentar total insolúvel e solúvel. Dentre os elementos minerais sobressai o potássio e cálcio. Alto teor antioxidante.
Forma de consumo – in natura, destacando-se também seu uso na forma de suco, sorvete, licor, geléia. Vislumbra-se a sua utilização também na recuperação da desnutrição infantil, bem como a prevenção de doenças crônicas como obesidade, diabetes mellitus, hipertensão, aterosclerose e câncer.
Castanha do Brasil ou “Castanha da Amazônia”
Forma de consumo – in natura, bolos, doces, massas, como recheio da popular tapioca de castanha com queijo branco e pratos típicos regionais.
Potencial nutricional – melhor fonte de selênio (a variabilidade da concentração desse mineral depende do seu teor encontrado no solo); outra característica é o alto teor de energia, proteína, lipídios e minerais.
Em Manaus, é costume comermos pura ou como ingrediente de outras receitas: bolo, massas. Faz muito sucesso também a tapioca recheada com castanha e queijo branco.
Cubiú
Nativo da Amazônia ocidental.
Potencial nutricional – alto teor de umidade (água) e fibra alimentar. Fruto com baixa densidade energética.
Popularmente o fruto é utilizado como medicamento para controlar o diabetes mellitus, ácido úrico, colesterol, queimadura e micoses de pele (Silva Filho, et al, 2003).
Estudos realizados em ratos diabéticos como modelo experimental demonstrou redução da concentração sérica de glicose ao final do experimento (Yuyama et al, 2005). Contudo, impõem-se a necessidade da comprovação científica destas propriedades em humanos.
Cupuaçú
Potencial nutricional – fruto hipocalórico com alto teor de umidade (água). Dentre os elementos minerais destacam-se o potássio e sódio.
Formas de consumo – in natura, suco, creme, sorvete, licor, doce em pasta, doce sólido tipo salame, bombons com recheio de cupuaçu , pudim, bolos e tortas a base de cupuaçu. Aproveita-se ainda a semente que contem 48% de uma gordura branca e aromática, sendo utilizada na fabricação de chocolate branco (cupulate). (Venturieri e Aguiar, 1988). É mais popular quando consumido na forma de suco ou como sobremesa – o creme de cupuaçu.
Jambú
As folhas de Jambú podem ser utilizadas cruas, no preparo de saladas, ou cozidas, para fazer tacacá ou pizza de Jambú, por exemplo. Coloca-se no tacaca (uma sopa indígena que leva goma, tucupi, camarão e jambu), risoto, no frango ou pato.
O Jambú também pode ser usado na forma de chá ou infusão, utilizando as suas folhas, flores ou raízes.
Chá de Jambú: colocar 10 g de folhas de jambú em 500 ml de água fervente, deixar repousar por 10 minutos, coar e beber até 3 vezes por dia.
Pupunha
Uma das mais importantes fontes alimentares de populações nativas e essa importância passou a ser reconhecida por meio das celebrações festivas de muitas tribos indígenas, marcando o início da colheita.
A fruta da Pupunha é geralmente é consumida no desjejum. Por ser muito nutritiva existe um projeto para incluí – lá na merenda escolar. Também existe o palmito feito com a árvore da pupunha, extremamente nutritivo.
Potencial Nutricional – fonte de energia e teores significativo de fibra alimentar. Apesar do baixo teor protéico, todos os aminoácidos essenciais estão presentes, sendo a metionina e a lisina os de menor concentração. Em relação aos ácidos graxos sobressaem-se os oleico e palmítico.
Elementos minerais de maior concentração: potássio, selênio e cromo. Outro ponto de destaque é a concentração de carotenoides, constatando-se sua alta biodisponibilidade em humanos (Yuyama et al, 2003). Por ser muito nutritiva existe um projeto para incluí-la na merenda escolar do Amazonas.
Formas de consumo – consumida após cocção com água e sal; na forma de farinha que pode ser agregada ao pão, creme, molho, bolo, panqueca, bolacha e macarrão. A polpa do fruto fornece um óleo que pode ser utilizado na preparação tortas. Da pupunheira aproveita-se o palmito. O macarrão de farinha de pupunha adicionado com farinha de peixe e de mandioca, redundou um acréscimo de 5% de proteína, quando comparado com o macarrão comum. Esse produto foi testado durante 30 dias com boa aceitação em pré-escolares no Amazonas.
Tucumã
Potencial nutricional – alta concentração de lipídio, energia e fibra alimentar total. Grande potencial de potássio e selênio. Outro destaque é a concentração significativa de beta-caroteno.
Forma de consumo – in natura; como recheio em pães, conhecido como sanduíche de tucumã (X-caboclinho) ou tapioca com tucumã adicionado queijo branco, banana pacovã (semelhante a banana da terra), castanha da Amazônia. Outras formas de consumo: creme, patê, sorvete, risoto e outros pratos típicos salgados.
Tucupi
O tucupi é um ingrediente extraído da mandioca brava após esta ser descascada, ralada e espremida resultando em um caldo de cor amarela.
A mandioca brava é venenosa e por isso o líquido extraído dela é levado ao fogo por muitos horas, até eliminar o veneno e poder ser consumida.
Depois desse processo, o caldo descansa para que o amido (goma) seja separado do líquido, que é o tucupi. Esse caldo de sabor ácido é usado como tempero na preparação do frango, pato e peixe no tucupi. É também um dos ingredientes do tacaca.
Óleos: Óleo de andiroba e óleo de copaíba
Considerações Finais
24/04/2017 @ 16:25
Adorei conhecer tantas delícias da culinária amazônica! Só falta ir lá para provar tudo rsss… Cada região brasileira tem muitas riquezas que o restante do país precisa conhecer e os habitantes locais podem e devemconsumir bastante. Muito bom! Bjs M